A vida prossegue
Não sabia o que fazer. O que fazer?
A cabana estava explodindo aos poucos. Destroços voavam
lentamente, corpos eram atirados ao ar, objetos diversos, tudo explodindo em
miolos por todas as partes em uma lentidão como se eu tivesse vendo a vida passar
diante dos meus olhos.
Ele não estava lá. Talvez já estivesse morto, ou a
anormalidade daquela ponte entre realidades já tivesse tomado conta dele. A
ponte está visível agora, um buraco de um metro no nada que distorce toda sua
realidade em volta pelo seu epicentro, como na catedral.
Não sabia o que fazer.
Corri em direção a cabana com esperanças de repostas. No
meio do caminho parei e pensei que só há um jeito que eu possa me salvar. Um
único jeito que é o que fui atiçado a seguir, e manter o foco nele. O jeito do
ser estranho que estou à procura agora. O jeito de chegar ao centro da Vila e
destruí-la independente do que ocorra. Este é meu destino.
Fecho o olho de novo.
O vento bate forte no topo da colina. Na frente do banco
está ela, Monica.
E eu distante.
Seus cabelo soltos no ar. O vento que ondula seu vestido é o
mesmo que acalma à tarde do Por do Sol que some nas marés. Fico pensativo
naquele momento. O tempo está passando? Ora estou a pressas no escuro do
desconhecimento ora estou correndo menos que a brisa da maresia. Isto é real
mesmo ou eu estou delirando? Se quando fecho os olhos vou para outro mundo onde
está meu corpo? Estou aqui carnalmente? E minha filha, ela está exatamente aqui?
Viva? Morta?
Um homem aproxima dela. Ele olha para traz e me vê em uma
tentativa de esconder-me.
Ele sou eu.
– Papai, olha as nuvens – disse Monica – Parecem passarinhos
tentando fugir da gaiola.
– Sim, eu sei amor – Diz meu outro eu – Papai que ir para o
centro da vila agora Monica, por favor filhinha, qual o caminho.
Monica vira e indica uma estrada no meio de uma floresta.
Meu outro eu corre em direção da estrada. Eu sigo junto.
Em quanto eu o seguia, ele/eu ia tomando distancia chegando
a ponto de eu perde-lo. Porem um flash junto com um estrondo com um barulho
estático surdou e segou meu mundo momentaneamente. Corri para a fonte da
explosão e dei de encontro com meu objetivo.
E lá estava eu.
Meu outro eu tinha sumido.
Mas agora tudo vai acabar.
Tudo voltará ao normal.
O mundo terá um sentido.
Este é o meu objetivo.
E foi o que fiz.
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Escreva pelo seu prazer. Para que criticar com atos grosseiros se o minimo de bondade e delicadeza nas palavras te levam ao mesmo local. Se você tem criticas não impeço de faze-las, mas pense em quem vai lelas e pense o que está sendo posto de seu caráter. Por favor tome cuidado com que você retrata nas mídias, as vezes as mídias nos distingui de maneira errada. Porem é a forma como você demostra diante desta engenhosiade humana que liga tantos humanos. Repito, humanos. Que tem sentimentos.