parte 3 - Vila Dark

A salvação vem do passado


Caos. Sons perturbadores e agressivos rodeavam a minha volta pedindo liberdade. Uma das coisas mais extraordinária e assustadoras que eu teria vivido. Isso porque eu sequer imaginava o que estaria por vim. Tormento e mais tormento. Não sabia se eu estava na terra dos vivos ou dos mortos. De fundo uma voz me intrigou, não era familiar, mas as palavras que aclamavam calmas e doces eram.
– Monica, venha, seu pai está aqui. – aclamou a voz.
Rodeavam em minha volta palavra como “Monica está morta”, palavras que agitava meu corpo me tornando uma besta incontrolável a procura de sua filha.
Estava lá eu, mais perdido que nunca. Procurando sem saber por onde começar. Derramando a choros. Uma besta.
Na menor das possibilidades, uma voz racional atingiu meus ouvidos. Graças a ela que tive alguma luz naquela escuridão.
– Com o tempo você se acostuma. – iluminando meus ouvidos, a voz.
– Quem que está dizendo isto? O que tá acontecendo? Por favor, responda! – indaguei desesperado.
– Não é relevante você saber quem sou eu ou saber o que está ocorrendo, contudo percebo que nós dois precisamos de ajuda um do outro. Você precisa da sua filha e eu preciso acabar com este caos, ou o que você imagina ser um.
Ouvi um som de isqueiro acendendo, revelando seu rosto, a chama iluminou o suficiente para que eu pudesse perceber que o horroroso cenário em minha mente não passava de uma doce ilusão. Projetava no aposento imagens de moveis de sala de estar e pedaços de corpos, ambos vagando aleatoriamente pelo ar como se tivessem fora das leis da física. Como se não bastasse toda a estranheza, tudo tinha uma coloração fraca, estávamos todos em preto e branco. Os sons desapareceram.
O ser, agora projetado diante de mim, recitou suas instruções das quais eu deveria seguir se concordasse.
– Observe ao seu redor. Como se explicaria isto. Este mundo que está diante de você está preste a escapar e transformar mundos em hospícios. Não tenho mais forças para combate-lo, mas sei que você tem. Basta você decidir se aceita ou não.
– Em troca ganharei o que.
– Sua filha. Ela não morreu. Pelo ao contrario, ela está viva do outro lado deste mundo caótico. O lado onde dera origem a todo este tormento. O lado Dark. Quem a colocou lá fui eu, mas não por motivos maléficos. Foi para resgata-la da morte.
– Por que você a salvaria? Eu não lhe devo nada e nem ao menos nos conhecemos. Alem do mais ...
– Parece que o senhor não tem muitas opções, né – disse me cortando e apontando a toda maluquice ao meu redor – Olha, o senhor vai sair por aquele alçapão quando o sol baixar, vai acabar caindo em um corredor que levará você a uma trilha que vai dar direto em uma cabana. Lá você vai me esperar com a lareira acessa, as velas queimando e folheando paginas de algum livro. O tempo pode até passar devagar e você vai ficar um pouco ansioso. Você ouvirá passos na grama molhada, duvidará de quem será e então abrirá a porta. Quando me ver, você recitará isto “Achei que não viesse mais. Por favor, sente, depois de confrontar está tempestade entendo o cansaço. Vou preparar um chá”. Então começaremos o processo. Pode até ser que eu não aceite o seu chá, mas isso depende do meu humor, certo.

Ele me deu o isqueiro e apagou a luz. Acendi de novo, porem já era tarde demais. Ele já tinha ido.

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Escreva pelo seu prazer. Para que criticar com atos grosseiros se o minimo de bondade e delicadeza nas palavras te levam ao mesmo local. Se você tem criticas não impeço de faze-las, mas pense em quem vai lelas e pense o que está sendo posto de seu caráter. Por favor tome cuidado com que você retrata nas mídias, as vezes as mídias nos distingui de maneira errada. Porem é a forma como você demostra diante desta engenhosiade humana que liga tantos humanos. Repito, humanos. Que tem sentimentos.