Começo de um novo mundo
– On... Onde eu
estou?
– Eu te tirei dos destroços da sua nave. Você deve estar
confuso, quer um chá?
– Nave... Que nave? Monica... Onde está Monica? Quem é
você? Cadê minha filha!
Levantei agitado, meio atordoado. O homem ao meu lado colocou
a mão em meu ombro tentando me conter.
– Calma, não se desespere agora – Ele deu um suspiro como se
fosse um tranquilizador para poder continuar – No momento da colheita, observei
um rastro no céu. Achei que fosse mais um cometa, mas eu estava enganado. Quando aproximei, deparei com a sua nave estranha. Comecei a vasculha- la a procura
de alguém vivo, sempre quis conhecer os “homens do céu”. Então eu encontrei
você, mas sua filha... – ele parou por uns segundos de novo, depois disse
palavras que eu não queria ouvir – Ela morreu.
Fiquei pasmo. Aquilo não podia estar acontecendo. Ela, bem
ela. Se eu tivesse, se eu tivesse... Não sei, não sei.
Estava tão confuso que nem ao menos reparei na roupa
diferente - estilo tribal - que o homem utilizava, na casa de bambus e nos
utensílios que caracteriza o local. Sai sem nem ou menos dizer uma
palavra. Queria procurar um local silencioso, onde eu pudesse associar tudo o
que estava acontecendo.
Quando sai deparei com uma multidão de homens assim como aquele do aposento. Estavam todos em posição de luta, com armas rústicas para o meu
tempo, mas mesmo assim letais. O homem da cabana saiu desesperado intervindo na
batalha.
– Kuntsam! – gritou alguém da multidão apontando para o homem
ao meu lado – Como pode ser a favor de tal rebeldia! Must, homem do céu, veio à
procura de vingança, ele vai matar todos nós!
– Como você sabe, Rabiner – retrucou Kuntsam – Talvez ele tenha outros
motivos. Ele está ao meu lado, porque você não pergunta diretamente a ele.
– Então tá, Kuntsam, vou perguntar
pessoalmente – ele deu dois passos longos saindo da multidão revelando um homem
baixinho e bem carrancudo – homem do céu, por quais razões o senhor aterrizo em nossas terras?
Sabendo que a pergunta estava direcionada a
mim, fique muito constrangido, porque sabia que o que eles achavam que eu fosse
eu sabia que não era. Lamentavelmente eu disse a todos enquanto me olhavam
fazendo caras e bocas, não acreditando que eu dissera tal aberração.
– Viu! Ele é como os outros!
Querem nos convencer para nos consumir vivos! Vamos enjaula-lo como os outros!
A rebeldia começou. Fui acorrentado e arrastado até uma cabana escura com uma única saída
de luz possível, a porta.
– É aí que homens do céu como
você iram apodrecer na escuridão.
Fecharam a porta e a escuridão
tomou conta da minha vida ali por diante. Os gemidos de sofrimento e
implorações piedosas para sair daquele lugar horrivelmente torturante.
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Escreva pelo seu prazer. Para que criticar com atos grosseiros se o minimo de bondade e delicadeza nas palavras te levam ao mesmo local. Se você tem criticas não impeço de faze-las, mas pense em quem vai lelas e pense o que está sendo posto de seu caráter. Por favor tome cuidado com que você retrata nas mídias, as vezes as mídias nos distingui de maneira errada. Porem é a forma como você demostra diante desta engenhosiade humana que liga tantos humanos. Repito, humanos. Que tem sentimentos.